quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

“Legalização das Uniões Homoafetivas”



Sabemos que o espírito, em suas diversas reencarnações, aprende várias lições para sua evolução e para seu aprimoramento moral. A mais valiosa destas lições é o amor. 

À medida que vamos caminhando nas diversas encarnações, aprendemos as diversas facetas que o amor pode apresentar.







Quando criança recém desperta na realidade terrena, ama incondicionalmente seus pais. Amor Filial. “...porque não se pode amar o próximo sem amar nosso pai e nossa mãe...” (ESE 17:3)

Quando na fase da adolescência, tem seu primeiro namorado. O primeiro relacionamento, o primeiro passo no amor físico. Amor carnal.

Consolidado este amor, casam-se, e deste encontro de almas afins, nascem os rebentos, aos quais estes pais de primeira viagem, também amarão incondicionalmente. Amor maternal e paternal. “...Cabe ao pai, ajudar sua prole a desenvolver-se intelectual e moralmente, para que possa progredir...” (ESE 17:8)

Os filhos crescerão, também tornarão pais. Os quais proporcionarão os tão sonhados netos. 

Os avós amarão estes netos como seus próprios filhos. Amor dos avós.”... Os verdadeiros laços de família não são, por conseguinte, os fixados pela consangüinidade, mas os firmados pela simpatia e pela comunhão de pensamentos que unem os espíritos antes, durante e após sua encarnação. ...” (ESE 17:8)

Durante estas experiências, acabamos traçando laços afetivos que perduram por várias encanações, pois “...as afeições reais do espírito sobrevivem à destruição do corpo e permanecem indissolúveis e eternas...” (Renovando Atitudes, 30)

Sabemos também que o espírito, durante sua escola na matéria, encarna muitas vezes como homem e por outra como mulher (LE Perg. 201) e pouco importa ao ser que roupagem, forma ou sexo virá numa nova encarnação, o que lhe importa é o tipo de prova que terá que vivenciar e que tipo de lição lhe será apresentada. (LE Perg. 202).

Mas por nossa própria imprudência ou medo de assumirmos novos caminhos, acabamos nos demorando demais em uma única forma sexual, em um único pólo de aprendizado. 
Assim quando compelidos pelas leis universais a enfrentamos outro pólo de existência, acostumados sempre às mesmas atitudes e formas de pensar, não nos integramos plenamente a esta nova roupagem. Quando, nesta situação de desencontro psíquico, reencontramos nas mesmas roupagens sexual, nossos afetos “reais” do pretérito. O amor prevalece e podemos nos irmanar a este espírito amigo de duas formas distintas: a) desenvolver outra forma sublime do amor: o amor fraternal, o amor de irmãos, o amor de amigos que se querem bem para toda eternidade. Ou, b) o amor físico, amor vivenciado quando estavam em sexos opostos. Por este motivo deslumbramos em nosso convívio, muitos seres comportando-se de forma avessas ao sexo que demonstram em seu exterior.
Estes comportamentos acompanham a humanidade desde seu nascimento. Como ilustração citamos a antiga Grécia e Roma, onde esta conduta era tida como normal e até incentivada perante a sociedades aristocrática.

Afinal cabe-nos uma pergunta: O que podemos considerado como comportamento normal? Quem de nós pode considerar-se o detentor da verdade absoluta em relação a traçar formas de conduta? Não encontramos nas escrituras sagradas os dizeres: "Nenhuma folha cai das árvores, nenhum fio de cabelo se desprende de uma cabeça, sem que Deus o saiba."? 

Não foi Jesus, que nos lembra, que aquele que não tiver nenhum pegado, que atire a primeira pedra? Quem somos nós, para exortamos este ou aquele comportamento?

Não foi Jesus também que disse; “Amar a Deus sobre todas as coisas e o Próximo com a ti mesmo”? Se não aceitamos o nosso próximo como ele é, como podemos nos considerar cristãos?

Na sociedade atual, o ato de legalizar um comportamento que até outrora era considerado obscuro, é trazer uma evolução moral para todos os seres que dela fazem parte. É colocar todos os irmãos, que até outrora viviam em suas margens, escondidos e atacados, para seu seio, acolhendo-os com almas em progresso que são.

É sabido que o supremo tribunal federal reconheceu a união estável de casais do mesmo sexo. E com esta decisão, os homossexuais passam a ter direitos de receber pensão e herança, além de direitos gerais, como dividir o plano de saúde. 

A doutrina espírita entende que legalizar é sempre uma forma de moralizar algum comportamento ou algo que já existe. Mas cabe deixar bem claro, que assumir a homossexualidade não significa a sociedade mergulhar em um universo de atitudes extremadas e desafiadoras. Não devemos deixar confundir, como dito no jargão popular, liberdade com libertinagem. 

A homossexualidade não deve, pois, ser classificada como uma psicopatia ou comportamento merecedor de discriminação ou medidas repressivas. O homossexual merece toda a nossa compreensão e ajuda, para que ele possa vencer sua luta de adaptação à identidade de agora ou ao novo sexo adquirido com o renascimento.

Amor, respeito e compreensão. Estas são as chaves para vida em sociedade.

Cesar Augusto Camargo

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